segunda-feira, 4 de abril de 2011

Uma questão de ponto de vista


Caros amigos e seguidores, hoje tenho a felicidade de dividir com vocês um texto escrito especialmente para o Pra Cima com a Autoestima. É de autoria de uma grande amiga, a jornalista e, atualmente, artesã, Helck de Souza.
Vou ser obrigada a "chover no molhado", mas não me canso de agradecer a Deus por ter tido a coragem de escrever sobre este tema. Já é o quarto texto que ganho para publicar no blog, sem contar os comentários, tanto no blog quanto os recebidos por e-mail.
Pra saber melhor, a Helck tem 36 anos, é casada com o Gil, mãe de 3 filhos (Maria Thereza, Gabriela e Guilherme), mora em Curitiba e há pouco mais de um ano se rendeu a outro talento, o da costura. Vocês poderão conhecer um pouco melhor dela, no blog: Art and Prosa.


Estive refletindo a respeito da autoestima. O que faz com que eu me ame mais ou menos?.
Pensando nisso, chego a infeliz conclusão que a tal da autoestima é somente a ponta do iceberg.
Quando falamos em autoestima, logo somos inevitavelmente direcionados à imagem de um espelho, do belo, do que é esteticamente correto e por aí vai.
Agora vamos por partes:
Autoestima nada mais é que a estima que eu tenho por mim mesma. Já o significado de estima, de acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, é o apreço que se tem a outrem; avaliação. Nesse caso, o outrem, somos nós mesmos.
Mas, baseado em quê ou quem, fazemos, constantemente, essa avaliação de nós mesmos?
Temos que ter algo como parâmetro, não é verdade?
E é aí que mora o perigo.
Baseamo-nos naquilo que os meios de comunicação bombardeiam diariamente e sem cessar e, devido ao "diariamente e sem cessar" tomamos isso como verdade. É a tal da "verdade condicionada". A mentira é dita tantas e tantas vezes, que acaba se tornando verdade.
Você deve estar pensando, nossa, como podemos culpar os meios de comunicação pela nossa autoestima, se ela é/está baixa ou alta? Dessa vez a Helck foi longe demais...
Calma, continue lendo, que vou tentar explicar melhor o meu ponto de vista.
Vou contar um exemplo, que aconteceu recentemente. Meus filhos mudaram de escola, Meu pequeno, de sete anos (completou mês passado,) foi para o segundo ano e, no dia anterior ao início das aulas, foi somente para levar os materiais e conhecermos a professora. Material escolar entregue, apresentações feitas. No dia seguinte, levei meu filho à escola, ao procurar a professora, tendo como referência seu nome, o jaleco e sua aparência (cabelos compridos, lisos, loiros e com luzes) não soubemos dizer qual era. Todas as professora, do primeiro ao quinto ano, estavam iguais. A mesma cor de cabelo, o mesmo corte, o mesmo jaleco. Só o nome era diferente.
Volto, agora, um pouco ao passado, para exemplificar o que quero dizer. No meu tempo de dezesseis, dezessete anos, a moda, de acordo com os meios de comunicação, era ser "encorpada", com pernas grossas e bumbum grande.
E eu? Bom, eu nasci no tempo errado. Quem me conhece sabe, eu era a magrela de peitos. Não fazia parte do time das aprovadas nesse quesito.
Atualmente, a moda (lê-se mais uma vez meios de comunicação), diz que ser magrela e ter peitos é o que há (viu, como nasci no tempo errado?). E eu me pergunto, como assim? Oue mudou no mundo?  Que parâmetros utilizam para modificarem tanto o corpo da "mulher padrão" em tão pouco tempo? E como ficam as baixinhas com bumbum e coxas?
Silicone em alta (as clínicas estéticas não me deixam mentir), Gisele Bundchen ganhando dinheiro a rodo.
E nós? Onde ficamos nós, pobres mortais, com nossas estrias maternais e celulites femininas? Como lidamos com a nossa autoestima que tem como padrão de corpo e beleza perfeitos as modelos que em nada se assemelham a nossa realidade?
Temos três opções:
A primeira, corrermos atrás do tempo perdido e virarmos refém daquilo que nos empurram, guela abaixo, como perfeição. E alerto aí que, quando pensamos ter chegado lá, algo sutilmente muda e lá vamos nós, encarar outra batalha cruel;
A segunda, viver com a autoestima na sola do pé, infeliz por não fazermos parte do mundo que é estipulado como padrão, tendo o chocolate e o garfo como melhores amigos;
A terceira, e posso dizer que, de certa forma a mais apreciável e menos dolorida, aceitarmos nossas diferenças naturais, nos amando como somos. Imperfeitos humanos normais. Tendo uma percepção crítica em torno daquilo que nos tentam impor. Utilizando e/ou descartando aquilo que nos convém..
Num mundo onde os direitos individuais são vistos como prioridades. Não podemos nos deixar levar pela nossa política econômica, pelo consumismo, pelas mídias, que diariamente ditam o que é moda.
Percebo que os valores estão mudando. No meu tempo de adolescente, celebridades eram as pessoas que tinham uma banda e faziam sucesso por suas músicas, atores, grandes mestres que se diferenciavam por seus trabalhos geniais, seus talentos... O Papa João Paulo II, O U2 por suas músicas politizadas, enfim.  Atualmente, para ser celebridade basta participar do BBB, ir para a faculdade com um micro vestido e ser garota de programa para ter sua vida medíocre contada num filme. O pior é que povo absorve isso como referência.. mas isso é outra história...  
Volto agora para a defesa do meu ponto de vista.
A minha moda é escolher ser feliz, dentro daquilo que me é possível. Se a felicidade, num determinado momento, se concretizar numa barra de chocolates ou num brigadeiro, não tenha dúvida que irei agarrá-la com todas as forças do meu ser. Isso, com certeza fará bem para a minha autoestima. E se você quiser um pedaço, vou pensar no seu caso... Calorias? Relaxa amiga, nada que uma caminhada no Parque Barigui ou mesmo no Parque Passaúna, que agora é mais próximo da minha nova casa, não resolva...
Refém eu? Nunca mais. Agora eu tomo as rédeas da minha vida e do controle remoto da tv.
Um super beijo e sucesso nessa nova jornada!

Helck.


3 comentários:

  1. Ju,
    Veja lá no blog, falei do "Pra cima com a autoestima".
    Beijão!!!

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  2. Bem legal o texto. Estou esperando dicas de como elevar a "benedeta". rsrs
    Beijos,

    Lilian.

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  3. Gostoso teu blog, Ju... E admirável sua disposição para escrever sobre algo tão necessário, mas visto como tão fútil. O que seria do ser humano, de cada uma de nós, sem a tal da autoestima? Que passemos longe. Pra cima!
    Bjos, luz e inspiração sempre.

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