Desde o dia em que chutei o balde e resolvi colocar este Blog no rede, venho me considerando uma pessoa privilegiada!
As trocas de experiência, o carinho dos amigos e o aprendizado que venho tendo não tem preço!
Confesso que minha autoestima recebeu um up!
Hoje, quero compartilhar com vocês um texto da jornalista e professora Ana Paula Douglas, dona do Blog Alta Estima, o qual eu recomendo mesmo! Ela fala sobre a constante insatisfação humana. O que me chamou atenção, pois eu o li justamente quando pensava que uma das coisas que me fazem ficar pra baixo, é comparar-me aos outros (lógico, sempre àqueles que julgo estarem em melhor situação).
Em tempos de redes sociais a gente não pode esquecer que a Internet, assim como o papel, aceita tudo e que as pessoas só mostram aquilo que lhes convém... é bom nunca esquecer disto!
Irrelevâncias
Existe sentimento mais humano do que a insatisfação? E chamo de insatisfação o que muitos chamam de inveja. Estamos sempre olhando pro lado. A fila do lado anda bem mais rápido, todo mundo sabe disso. O prato da mesa do lado é sempre bem mais gostoso do que o que eu pedi. O emprego do meu vizinho é muito melhor. A vida do outro é sempre mais feliz, mais interessante. O outro é sempre mais bem sucedido.
E é aí que começa outro dilema: quem é mais bem-sucedido? O empresário e a certeza de dominar os meios de produção? O empregado e suas férias garantidas? O político e a possibilidade de enriquecimento ilícito? O sem teto e a consciência tranquila? O autônomo e suas infinitas possibilidades? O funcionário público e o emprego vitalício? O milionário anônimo? A celebridade falida?
E a felicidade? O que é? O corpo perfeito? O desapego estético? O prazer da gula? A anorexia? Ter muitos filhos? Um vida independente? A velocidade? A segurança? Muitas viagens? Muitas raízes? Um grande amor? Vários amores? A fidelidade? Muitos amantes? Dez anos a mil? Mil anos a dez?
E se de repente não for nada disso? E se toda essa incerteza for só um artifício pra nos distrair da nossa única certeza? E se nossas vidas forem todas iguais? E se todos os caminhos levarem ao mesmo lugar?
Então talvez, e apenas talvez, devêssemos nos concentrar no próprio cardápio. Tentar esquecer o que a vida deu ao outro e pensar no que ela pode nos dar já. Tentar entender o que realmente nos interessa, seja o que for. Porque o que foi reservado pra nós, o que é reservado pro outro é um grande mistério e vai permanecer assim, seja uma fortuna na loteria ou uma doença raríssima.
Então talvez seja o caso de desfrutar do sono e da insônia, do grito e do silêncio, da falta e da fartura, do boteco e do bistrô, do tédio, da fome, do frio, do medo. Talvez seja o caso de encarar a vida pelo que ela é, uma experiência única e exclusiva, por mais repetitiva que pareça.
Carpe diem! (o que quer que isso signifique pra você)