terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tudo depende de como se vê

Malu na mudança para Floripa (2007)
Existe uma máxima que diz, "a única coisa permanente é a mudança".
Por isso, acredito que precisamos estar sempre prontos para ela.
Estou aqui pensando se eu gosto ou não das mudanças? É difícil de responder.
O que eu sei é que procuro encarar com otimismo. Pois se a mudança for inevitável, lutar contra é gastar energia e sofrer em vão. Melhor é utilizar esta energia para transformá-la em algo bom.
Minha experiência com mudanças começou quando resolvi sair do ninho, da casa dos meus pais e buscar a independência em outra cidade. Com o diploma debaixo do braço, a cidade escolhida foi Jaraguá do Sul (SC). Uma escolha estratégica por ser uma cidade promissora e ter por perto meu irmão mais velho e tios prontos a socorrer no primeiro grito! Morei lá por três anos até me casar e mudar para Curitiba (PR). Na capital paranaense morei por 5 anos, mudei de um apartamento alugado para minha casa própria e tive a minha filha. Lá as mudanças foram as do meu marido, que trabalhou em algumas empresas. Em 2007, quando nossa filha estava com 7 meses, nos mudamos para Florianópolis (SC), onde permanecemos por dois anos. A cidade seguinte foi Criciúma, que veio por conta de uma nova mudança de trabalho dele.
Agora estamos nos preparando para uma nova mudança. A cidade para onde estamos indo, se Deus assim quiser, é Assis (SP).
Isto me fez parar um pouco para refletir sobre estas mudanças.
Daí me vem outra máxima: "Para cada escolha, uma renúncia".
Eu lamentei renunciar uma cidade como Curitiba (pra ser franca, ainda lamento), mas Florianópolis chegou com amigos queridíssimos, pessoas que eu trago no meu coração e me sinto privilegiada por tê-los conhecido.
Depois veio Criciúma, outra mudança que eu procurei encarar vendo o lado bom, pois estaria indo para perto da minha família. Mas meu marido não se adaptou à cidade e aí começou a busca para uma nova mudança, e é bem nesta fase que eu me encontro.
E assim, ganhando e renunciando, a gente também exercita o desapego. Aprende que o que é forte, permanece e o que não é tão verdadeiro, acaba esquecido.
É uma coisa muito pessoal o modo como se encara uma mudança de cidade. Existem pessoas que podem correr o mundo, mas nunca vão querer outro lugar para morar, a não ser a cidade onde residem. Outras tem um espírito nômade e uma grande facilidade de adaptação.
Como só posso falar por mim, acredito que faço parte do segundo grupo. Meu pensamento é de buscar ser feliz e, mesmo sabendo que a felicidade está dentro de nós mesmos e não em um endereço certo, eu procuro não me apegar às paredes da casa, aos móveis e nem a um CEP.
Malu ajudando a ver as casas em Assis (2011)
No caso de Assis, eu só conhecia por nome e sabia que se tratava de uma cidade mediana no interior de São Paulo, próxima a Marília (a cidade natal do meu marido). Estive a primeira vez lá na semana passada procurando casa pra morar e, graças a Deus, simpatizei com a cidade.
Penso que a nossa vontade para que uma coisa dê certo é um bom começo para o sucesso! Por isso procuro encarar as mudanças com entusiasmo, vendo o lado bom, imaginando minhas coisas em cada casa visitada, olhando o comércio e vendo onde eu vou comprar o que quado precisar e assim, vou criando uma rotina que ainda está por vir, imaginando uma vida que ainda nem começou.
Quanto à minha filha, tento passar tranquilidade e acredito estar proporcionando um excelente aprendizado de vida. Afinal, com apenas cinco anos ela já está indo para a terceira escola e para a quarta cidade! Enquanto alguns podem achar que isso é nocivo para a criança eu penso que seja bem ao contrário, mesmo que sem saber, ela já está sendo preparada para enfrentar o novo.
E porque o novo tem que ser ruim? Afinal, tudo depende de como se vê!

9 comentários:

  1. Ai Jú me emocionei! Temos mais em comum que eu imaginava...hehe. Acreditas que eu mal casei e estou na mesma "situation" que tu? Atualmente moro em Chapecó com meu marido em função do trabalho dele. Deixei minha vida e meu Studio em Floripa e estou tocando a ditância. Atualmente trabalho com Mat Pilates aqui e personal.Uma coisa boa que já posso tirar disso foi o blog e espero que mais aprendizados e coisas boas venham com nossa vida aqui! Nossa próxima cidade se Deus quiser é Criciúma...que pena que não estarás aí..hehe Beijão e boa sorte no novo caminho!

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  2. Oi Paula! Que bom ver seu comentário, tô me arrumando pra ir caminhar e vim aqui dar uma espiadinha... rs... Eu acho que a gente tem que fazer do limão uma limonada! Eu poderia estar me lamentando ainda de ter deixado Curitiba pra trás... a minha casa... mas se olharmos só pra perdas, a gente não cresce! Estamos em busca da nossa felicidade e eu sei que ela está no lugar em que vivemos bem... seja sul ou no norte, o importante é estar feliz! Né?

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  3. Ju,

    Não busco mais ser feliz, porque eu descobri que sou feliz, o que busco hoje para mim e busco passar para meus filhos é equilibrio para viver entre o bom e o mal que serão eternos em nossas vidas, e não deixar de ser feliz nestas oscilações.

    Pelo mesmo motivo acredito que são as buscas de voces, e por se tratar de pessoas inteligentes, capazes e muito iluminadas, estou certa que voces estão caminhando para este equilibrio.

    Bjssssssssssssssssssssss

    Norma Abreu

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  4. Ju, verdadeiro o que vc escreveu. A impermanência é o princípio de toda filosofia budista. E é, sem dúvida, o ensinamento mais difícil de ser aceito e assimilado. Ela é mostrada de forma até poética logo no início do filme de Bernardo Bertolucci "O pequeno Buda". Vários monges passam dias e dias construindo delicadas e complexas mandalas feitas de areia colorida, para depois, num gesto firme, decidido, destruí-las com a mão, limpar o chão e começar novamente. Num primeiro momento podemos até pensar "que desperdício de tempo", mas existe uma sabedoria atrás desse gesto: lembram que na vida nada é permanente.
    Fiz toda essa introdução para dizer que você, está fazendo uso dessa sabedoria, desse ensinamento, sem perceber.
    Comparar a nossa vida com o ato dos monges do filme é um convite a não dependermos de coisas ou estados emocionais para sermos felizes. Temos uma capacidade enorme de adaptação, somos flexíveis, tudo bem que uns são mais outros menos. E você, com sua escolha de sempre olhar o melhor, vai se adaptar facilmente.
    Lamento por não ser Curitiba, como todos gostaríamos, mas olhando o lado bom, é mais uma cidade que estou louca para que você me apresente. Vá, estabeleça-se que logo, logo, iremos te visitar.

    Lembre-se:
    “Tudo que está sujeito ao surgimento está sujeito à cessação."

    Beijão!!!

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  5. Norma e Helck, adorei os comentários de vcs! Obrigada pelo apoio! Fiquei até sem palavras!!!

    Beijão, vcs são mto especiais!

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  6. Juli, eu sou uma pessoa apegada, agarrada, grudada, em tudo... Gostaria mesmo de ser diferente, de ter esse desprendimento de virar as costas e deixar tudo pra trás com tranquilidade de quem toma uma xícara de café. Se bem que até isso é diferente, eu tomo o meu puríssimo, sem açúcar e sem leite. Mas queria sim ser desapegada, e matura pra aceitar as mudanças quando elas vem...

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  7. Te admiro pela maturidade do desapego, pelo teu crescimento interior. Bj

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  8. Oi Zezé... vc já ouviu dizer que "a ocasião faz o ladrão". No meu caso eu tenho 2 fatores importantes para este comportamento. Primeiro que eu sempre admirei mto pessoas assim, e me esforço para tentar ser... mas para ser franca, pra mim não é algo tão natural qto eu gostaria que fosse. E outro fator são as mudanças que venho fazendo... eu preciso mudar de cidade, de casa e isto não é uma mera questão de escolha, mas sim de necessidade. Se eu preciso mudar, eu sou forçada a rever as "tralhas" q venho acumulando e aí obrigada a me desfazer de mtas delas... Eu continuo tendo àquelas pessoas as quais ainda continuo tentando seguir o modo de vida desprendido!

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  9. Eu sou resistente demaaaaaais ao novo. Sofro, sofro, sofro, as vezes até sendo uma coisa boa, mas que por eu não conhecer, me dá medo, agonia. Depois, acostumo...e esse é o problema. Até a próxima mudança vir e eu sofrer tudo de novo. Sei que é errado, mas é mais forte que eu. Graças a Deus, eu me adapto. Beijo Ju!

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